28 de dez. de 2012

Disseram-me

"quando se conhece o amargo, o doce sabe bem melhor."

Perguntei:

"e quando tudo te sabe a amargo e por muito doce que seja, não consegues sentir nem um ligeiro travo desse doce?"

Não obtive resposta.

26 de dez. de 2012

Quando

oiço músicas como esta, gostava de ter um descapotável e uma excelente companhia para andar por aí de cabelos ao vento e curtir umas malhas bem dispostas como esta...Vruuuuuuuuummmmmmmmmm


3 de dez. de 2012

Verdade

Na minha humilde opinião e dos poucos anos que tenho disto e que por muitos que sejam nunca irão ser suficientes é que:

Não podemos, não devemos, nunca mas nunca tomar algo como garantido, nunca.

Já tive trabalhos, ordenados, amigos, namoradas, carros e sei lá mais o quê como garantidos, mas a verdade é que a partir do momento em que tomamos algo como garantido, somos lembrados,  infelizmente que afinal o garantido passa ou desaparece como quase tudo o que vamos tendo na vida.

Quando pensamos que algo está de facto garantido nas nossas vidas, vem o desleixo, a despreocupação, o está tudo bem, o isso depois vê-se. Porque como está garantido, já não focamos a atenção devida, estupidamente partimos do princípio que vai estar ali para sempre, já não é precisa tanta atenção, nem precisamos de perder tanto tempo. Sim, perder tempo é o termo correcto.

Como está garantido já não é um privilégio, nem uma sorte, nem um investimento, como está garantido é uma perca de tempo ter de ir ou com o carro à revisão, ou ir beber café com um amigo, ou chegar a horas ao trabalho, ou dar o máximo de nós à cara metade.

Porque como está garantido, podíamos estar a fazer outras coisas que, essas sim, precisam realmente da nossa total e completa atenção. Temos a certeza que depois de terminar o  que estamos a fazer o garantido vai estar ali e sempre ali como um cão fiel ao seu dono. Mas depois pode chegar o dia em que somos obrigados a perguntar: onde estás?

22 de nov. de 2012

Mais vale tarde que nunca

Sim já é de 2009, sim em termos de tempo e nos tempos que correm já se pode dizer que é uma música mais que ultrapassada, mas só a descobri hoje...com muita pena minha:


Hunger Games

Ric Elias

"...i no longer try to be right, i choose to be happy..."

Perfeito

21 de nov. de 2012

Deixar de acreditar

O pior é quando deixamos de acreditar no amor. Não há um dia nem local certos, não há uma idade própria, não depende da raça. É uma decisão que é tomada. Chega aquele dia, hora e decide-se que o amor deixou existir. As teias que antes nos prendiam numa cegueira constante quebram-se, o chão que antes não era certo repente fica estável, a partir daí somos só nós sem o amor. Porque já não o queremos, porque já somos fortes e crescidos o suficiente para conseguir viver sem ele, o que antes nos ajudava a iluminar o caminho faz agora parte das trevas, do sotão a que ninguém quer e que todos têm medo entrar sozinhos. Vamos buscar o passado para nos ajudar a tomar essa decisão, reforça-mo-la com o presente e deixamos que o futuro nos traga algo para voltar a acreditar no amor. Acaba-se o sorriso especial para aquela pessoa, o abraço que tanta força nos transmitia é uma fugaz memória, as horas já avançam a ritmo normal, os dias voltam a ser longos. Tudo porque escolhemos dizer que não ao amor. Esse mal que nos atormentou durante anos a fio já não faz parte de nós, agora somos mais fortes, mais independentes, mais tudo, porque a única fraqueza que existia foi apagada como pegadas à beira mar. As poucas memórias boas que existiam sobre tal coisa são rapidamente substituídas pelas más e mesmo que assim não fosse fazemos possíveis para que assim seja, não queremos mais nada com ele, NADA. Agora já existe um mundo nosso para o qual podemos viver, só e para, só nos preocupamos com o que queremos, quando queremos e da forma que queremos, não temos que justificar nada, o mundo é nosso e passamos a  Deus. Não há justificações, não há zangas, não há momentos incómodos, não há obrigações, não há queixas, não há fraquezas, não há razão a dar, não há falhas, não há ciúmes, não há dores de cabeça, porque só há aquilo que queremos e assim é tão fácil como somar dois mais dois, queremos apenas e só o EU.

Mas o pior é quando o amor aparece à nossa frente, grande como uma montanha, brilhante como uma estrela, forte como um furacão e nos dá um estalo dizendo: Estou Aqui...

4 de nov. de 2012

As figuras tristes que faço no trânsito

às oito da manhã, parado num sinal com o volume do rádio a roçar o máximo

2 de nov. de 2012

Se

me dissessem assim: pá vai haver um dia em que vais ouvir uma música do Eros Ramazzotti e garanto-te que vais gostar. Independentemente da pessoa que tivesse a coragem de me dizer uma coisa destas, o mais certo seria essa pessoa acabar de dizer a frase e já estar com alguma coisa enviada pela cabeça, enquanto eu proferia várias asneiras e gozava com o animal por sugerir tal coisa. Enganei-me...

1 de nov. de 2012

"Meus"

A verdade é que com os "meus", ou melhor com aqueles que são mesmo "meus" eu sou exigente. Não tenho meio termo, não sou benevolente, não tenho paninhos quentes, sou bruto, sem meias palavras, perdoo mas pouco, guardo tudo. Os "meus" têm de ser os melhores, os que valem tudo, os grandes, os magníficos, os "meus" não têm hipótese de serem menos que excelentes.

Porquê?

Porque para os "meus", ou melhor para os que são mesmo "meus" eu sou o melhor, eu excedo-me, transformo-me, supero-me. Porque só assim (para mim) é que vale a pena. Porque se são mesmo, mas mesmo "meus", então por eles eu sou tudo o que quiserem/precisarem que seja, sem limites, sem medos. Sou o que tiver de ser sempre que eles precisarem eu vou lá estar, sempre.

Porque os "meus" são e hão-de ser "meus" até ao meu fim.

30 de out. de 2012

Dúvida

Segurança é igual a felicidade?

17 de out. de 2012

Ele

Então ele afastou-se, porque achou que era o que devia de fazer. É o que ele faz, sempre que não se enquadra nalgum evento, num grupo, num local, com uma pessoa. Uma defesa. Para ele a única forma de defesa é essa, afastar-se. Tentar respirar melhor à medida que os seus passos vão alargando até correr depressa para bem longe. Ele afasta-se o mais depressa que pode, não gosta de dar nas vistas, não gosta de ser notado, não quer nada disso. Só quer o seu canto, o seu refúgio e quando sente que as coisas não são bem como ele esperava é para lá que ele vai.

Onde não há nada que o possa importunar, a não ser ele próprio. Não consegue perceber se é falta de coragem, se medo, se...sabe lá ele...não quer pressionar, não quer influenciar, não quer nada. Se calhar o problema é esse, ele chegar a um ponto em que percebe que afinal não quer nada. Apenas sente que o afastar o vai fazer sentir melhor, vai conseguir abstrair-se do que não quis enfrentar. Mas ele também sabe que não adianta fugir dos problemas, que enquanto os mesmos não forem resolvidos e esclarecidos seja de que forma for, vão persegui-lo como uma raposa persegue a sua presa, sem cessar, sem olhar a meios, sem o mínimo esgar de perdão nos olhos, implacável.
Isso não vai ajudar a sobreviver e a ultrapassar os seus problemas, mas ele afasta-se na mesma, não quer saber...já está mais longe agora, mas continuar sem conseguir respirar melhor, continuar a sentir uma sensação de desconforto que cresce sem parar no seu peito, não percebe, não faz ideia de como fazê-la desaparecer..."fecha os olhos, respira fundo, calma, devagar, respira, calma, tu consegues."
Abre os olhos, percebe que está de facto bem mais longe do que fugia, não se sente melhor nem pior, sente-se como quase sempre se sentiu durante a sua vida, vazio...o aperto no peito continua.

Música de despertador


15 de out. de 2012

10 de out. de 2012

Mr. Nobody

"You have to make the right choice. As long as you don't choose, everything remains possible."

5 de out. de 2012

Expectativas

..."não podemos ter uma pereira e esperar que dê figos..."

3 de out. de 2012

Temos tempo...

será que temos? eu não sei o futuro, não consigo adivinhar o que aí vem, portanto quando me dizem "temos tempo" engulo em seco e penso que se calhar a pessoa que afirma temos tempo é provavelmente alguém com uma extraordinária capacidade de adivinhar o tempo que nós ainda dispomos. gostava de ao ouvir isso o "temos tempo" de me sentir mais calmo, mais relaxado, de conseguir esquecer o que naquele momento me perturba e pensar realmente que temos tempo, que mais cedo ou mais tarde tempo vai chegar e resolver o que há para resolver.

"temos tempo", mas como é que sabem? leram isso nalguma revista? sabem de algo que eu não sei? têm acesso à linha temporal de cada um de nós e podem afirmar categoricamente que sim, temos tempo? temos tempo para quê? para aproveitar mais umas horas? para viver na dúvida até ao momento que todas as dúvidas se dissipam?

e o que significa "temos tempo"? que amanhã o que hoje não é resolvido, será feito porque o tempo que tínhamos já chegou? que simplesmente é uma forma de adiar algo que não queremos fazer e assim damos alguma esperança à pessoa que não quer perder mais tempo? então e se antes do "temos tempo" algo acontece? se falha, uma pessoa, uma frase, uma vida? então aí continuamos a ter tempo ou vamos arrepender-mo-nos de pensar que afinal tínhamos tempo a menos do que aquilo que pensávamos?

"temos tempo" é o mesmo que dizer, isso depois vê-se, um dia destes, quando alguém se lembrar, se isso não cair no esquecimento...temos tempo, não precisamos de decidir nada agora, vamos ver como corre...não sei o tempo que tenho. Só estou cá esta vez, não existem segundas hipóteses, nem duas ou três vidas, isto não é um jogo de computador em que podemos fazer um restar, ou um resume no último checkpoint, não existem níveis nos quais sabemos se faltam muitos ou poucos para chegarmos ao destino final seja ele qual for. não "temos tempo", porque não sabemos quanto tempo mais teremos, não há nenhum relógio em contagem decrescente pelo qual nos seja possível guiar e controlar melhor o tempo que dispomos, não temos nada disso.

"temos tempo", não temos não, porque o que sabemos é o agora, o presente, o hoje...depois disso não temos mais nada...

28 de set. de 2012

Verdade

Quanto mais tempo andamos na escuridão, mais difícil se torna aceitar a luz.

24 de set. de 2012

Gosto

"You’ll never get in trouble if you say “I love you” at least once a day."

R. Reagan

19 de set. de 2012

...

Aquele rapaz achava que já tinha aprendido tudo o que havia para aprender. Chegou a uma altura na sua vida em que achava que pouco ou nada havia a acrescentar à sua imensa sabedoria. Tomava isso como um facto adquirido. Era claro como água, ao contrário do que se poderia esperar ele nem adoptava uma postura de pessoa convencida, nem se armava em superior. Não tão pouco se vangloriava do que ele achava que sabia, para ele era um dado adquirido. Sabia de tudo e de quase todos e achava ele que isso lhe bastava e que teria de viver com essa sabedoria até ao fim dos seus dias. Achava que não se conseguiria surpreender com coisas novas, porque muitas delas já as tinha vivido, as pessoas para ele não representavam nada de novo nem de diferente, eram apenas pessoas que apareciam e desapareciam ao longo dos tempos. Tudo era aborrecido, nada do que lhe aparecia pela frente era visto como um desafio, tudo era enfadonho, amorfo, nada que o fizesse despertar daquele espírito de eu já sei tudo e pouco haverá para saber. Os dias passavam, iguais, sempre iguais. Fizesse chuva ou sol, com ou sem vento, os dias para ele eram sempre uma constante, uma repetição de uma nota musical sem fim. Sempre o mesmo som, o mesmo ressoar, sem nunca haver uma alteração no timbre. Para ele o tempo não existia, se o tempo nos trás conhecimento, então o tempo para ele não passava de um acessório dispensável, sem uso prático que lhe pudesse trazer algo de novo à vida dele. No alto da sua infindável sabedoria e inocência também, obviamente, o rapaz que sabia tudo, não sabia que mais cedo ou mais tarde as coisas mudam, porque é assim que funciona esta coisa estranha que nos rodeia e/ou suporta, é uma condição obrigatória que nos afeta a todos e todos sabemos disso menos o rapaz.