30 de out. de 2012

Dúvida

Segurança é igual a felicidade?

17 de out. de 2012

Ele

Então ele afastou-se, porque achou que era o que devia de fazer. É o que ele faz, sempre que não se enquadra nalgum evento, num grupo, num local, com uma pessoa. Uma defesa. Para ele a única forma de defesa é essa, afastar-se. Tentar respirar melhor à medida que os seus passos vão alargando até correr depressa para bem longe. Ele afasta-se o mais depressa que pode, não gosta de dar nas vistas, não gosta de ser notado, não quer nada disso. Só quer o seu canto, o seu refúgio e quando sente que as coisas não são bem como ele esperava é para lá que ele vai.

Onde não há nada que o possa importunar, a não ser ele próprio. Não consegue perceber se é falta de coragem, se medo, se...sabe lá ele...não quer pressionar, não quer influenciar, não quer nada. Se calhar o problema é esse, ele chegar a um ponto em que percebe que afinal não quer nada. Apenas sente que o afastar o vai fazer sentir melhor, vai conseguir abstrair-se do que não quis enfrentar. Mas ele também sabe que não adianta fugir dos problemas, que enquanto os mesmos não forem resolvidos e esclarecidos seja de que forma for, vão persegui-lo como uma raposa persegue a sua presa, sem cessar, sem olhar a meios, sem o mínimo esgar de perdão nos olhos, implacável.
Isso não vai ajudar a sobreviver e a ultrapassar os seus problemas, mas ele afasta-se na mesma, não quer saber...já está mais longe agora, mas continuar sem conseguir respirar melhor, continuar a sentir uma sensação de desconforto que cresce sem parar no seu peito, não percebe, não faz ideia de como fazê-la desaparecer..."fecha os olhos, respira fundo, calma, devagar, respira, calma, tu consegues."
Abre os olhos, percebe que está de facto bem mais longe do que fugia, não se sente melhor nem pior, sente-se como quase sempre se sentiu durante a sua vida, vazio...o aperto no peito continua.

Música de despertador


15 de out. de 2012

10 de out. de 2012

Mr. Nobody

"You have to make the right choice. As long as you don't choose, everything remains possible."

5 de out. de 2012

Expectativas

..."não podemos ter uma pereira e esperar que dê figos..."

3 de out. de 2012

Temos tempo...

será que temos? eu não sei o futuro, não consigo adivinhar o que aí vem, portanto quando me dizem "temos tempo" engulo em seco e penso que se calhar a pessoa que afirma temos tempo é provavelmente alguém com uma extraordinária capacidade de adivinhar o tempo que nós ainda dispomos. gostava de ao ouvir isso o "temos tempo" de me sentir mais calmo, mais relaxado, de conseguir esquecer o que naquele momento me perturba e pensar realmente que temos tempo, que mais cedo ou mais tarde tempo vai chegar e resolver o que há para resolver.

"temos tempo", mas como é que sabem? leram isso nalguma revista? sabem de algo que eu não sei? têm acesso à linha temporal de cada um de nós e podem afirmar categoricamente que sim, temos tempo? temos tempo para quê? para aproveitar mais umas horas? para viver na dúvida até ao momento que todas as dúvidas se dissipam?

e o que significa "temos tempo"? que amanhã o que hoje não é resolvido, será feito porque o tempo que tínhamos já chegou? que simplesmente é uma forma de adiar algo que não queremos fazer e assim damos alguma esperança à pessoa que não quer perder mais tempo? então e se antes do "temos tempo" algo acontece? se falha, uma pessoa, uma frase, uma vida? então aí continuamos a ter tempo ou vamos arrepender-mo-nos de pensar que afinal tínhamos tempo a menos do que aquilo que pensávamos?

"temos tempo" é o mesmo que dizer, isso depois vê-se, um dia destes, quando alguém se lembrar, se isso não cair no esquecimento...temos tempo, não precisamos de decidir nada agora, vamos ver como corre...não sei o tempo que tenho. Só estou cá esta vez, não existem segundas hipóteses, nem duas ou três vidas, isto não é um jogo de computador em que podemos fazer um restar, ou um resume no último checkpoint, não existem níveis nos quais sabemos se faltam muitos ou poucos para chegarmos ao destino final seja ele qual for. não "temos tempo", porque não sabemos quanto tempo mais teremos, não há nenhum relógio em contagem decrescente pelo qual nos seja possível guiar e controlar melhor o tempo que dispomos, não temos nada disso.

"temos tempo", não temos não, porque o que sabemos é o agora, o presente, o hoje...depois disso não temos mais nada...